sábado, 9 de julho de 2011

Resenha crítica: The Runaways - Garotas do Rock


    Imagine-se nos anos 70 nos Estados Unidos, com toda uma sociedade machista e com uma preferência pelas mulheres delicadas, tímidas e bem femininas. Já na outra face da mesma moeda, o surgimento do movimento punk rock. Foi assim que a primeira banda feminina de sucesso se desenvolveu, chamada The Runaways. No filme elas mostram que rock n' roll não é coisa só de homem e que mulher deve e precisa ter seu espaço nessa sociedade machista. Seja lá nos anos 70 ou até mesmo nos dias de hoje.
  O filme The Runaways (2010) foi dirigido por Floria Sigismondi nos Estados Unidos e conta com a participação principal das atrizes Dakota Fanning e Kristen Stewart. No filme, elas têm a baita responsabilidade de encarnam as personalidades da vida real Cherie Currie e Joan Jett na tela com muita rebeldia. O roteiro foi baseado no livro Neon Angel: The Cherie Currie StoryThe Runaways, que conta a história da banda desde o início até o final no ponto de vista da vocalista Currie.
  O filme não deixa escapar o espírito da época de "mulheres não fazem rock n' roll", que foi bem sintetizado na frase do professor de violão de Joan Jett "meninas não tocam guitarra elétrica" em resposta da vontade da futura guitarrista em aprender a tocar Smoke on The Water de Deep Purple e Johnny b. Goode de Chuck Berry.  Porém infelizmente, o filme peca em vários quesitos, que eu como uma adoradora da banda e da sua história, percebi muito fácil.
  Uma das coisas que me eu queria ver no filme é aquela rebeldia exacerbada, um rock imundo e cheio de amor pelo verdadeiro punk rock que estava surgindo. Algumas coisas percebi e outras não. Senti falta, mas muito falta mesmo de algumas coisas, como por exemplo, a ausência das outras integrantes da banda. Poxa como assim? Elas mal aparecem no filme sendo que elas são tão importantes quanto Joan Jett e Cherie Currie - que são as personagens que ganham maior destaque no filme. Ok, concordo que o filme é baseado nos relatos da vocalista, porém ficou sem sentido, talvez mal elaborado. Os relatos ficaram um pouco jogados durante os 105 minutos do filme, uma hora era apenas a Joan Jett e baterista Sandy sem Júnior West e outra hora já haviam quatro integrantes no grupo. Confesso que fiquei um pouco perdida.



  Outro aspecto que o filme peca bastante é esse ar bem clichê de biografias de uma banda de rock n' roll e digo isso baseada no filme Sid & Nancy (1986) (sim, aquele filme que é citado no filme 500 Dias com Ela). Sempre tem aquele começo bem difícil, depois o início da fama que tem ótimas vibrações, depois as drogas, sexo e rock n' roll  - que nós estamos cansados de saber - e finalmente o conflito de um membro da banda que poderia ser genial, mas deixa tudo para trás. Bem, tem tudo a ver com rock n' roll e com o espírito da época, mas não tem a ver com o The Runaways, pelo simples fato de ser uma banda composta apenas de mulheres e não de apenas de homens como a famosíssima banda punk Sex Pistols.
  A atuação de Dakota Fanning me surpreendeu na verdade, não que ela seja capacitada para fazer tal papel, ao contrário, é a dedicação que ela mostrou com um vocal afinadíssimo (sim, não foi dublagem, ela mesma que cantou) e o estudo bem cauteloso nas performances da personalidade real. Já Kristen Stewart também mandou bem com rockeira completamente doida, porém não ainda não me convenceu lá no fundo do meu coração. O figurino foi ótimo porque achei absolutamente coerente com a época e principalmente com as integrantes do grupo.Outra coisa que gostei bastante foi a escolha da trilha sonora, que mescla as músicas originais da banda, outros clássicos, seja do punk rock (Sex Pistols, por exemplo) ou do glam rock (David Bowie). Ah! E é claro, as atrizes soltando a sua própria voz durante o filme.
  Impecável ou pecável o filme é interessante. Eu recomendo a dar uma olhadinha na história banda antes e algumas apresentações delas pelo YouTube, tudo para garantir uma opinião consistente do filme e um melhor entendimento.




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